quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Na Fiema, Flávio Dino anuncia a criação do Conselho Empresarial do Maranhão


Cerca de 300 empresários estiveram reunidos na noite da última quinta-feira, dia 04, no auditório Alberto Abdalla, localizado na Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), para um encontro com o Governador eleito, Flávio Dino. O momento havia sido prometido pelo próprio Flávio Dino antes das eleições, quando ocorreu o debate com os dois principais candidatos ao governo do Estado.

A ação reuniu a Associação Comercial do Maranhão (ACM), Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL-SL), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão (Faema), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) e Fiema.

O Governador eleito Flávio Dino ressaltou a importância do diálogo com as classes empresariais e anunciou a criação do Conselho Empresarial do Maranhão, que a princípio reunirá as entidades organizadoras do evento. “No dia 5 de janeiro faremos a primeira reunião do Conselho e assim nos reuniremos mensalmente. Esse não é mais um Conselho, será um grupo de trabalho”, destacou.

O presidente da Fiema, Edilson Baldez das Neves, afirmou que os empresários querem ajudar a definir os rumos do Maranhão. “A interação entre Poder Público e iniciativa privada é indispensável para o desenvolvimento do Estado e saímos daqui com uma agenda de trabalho definida. O Governador já anunciou cinco ações prioritárias que atendem parte do que as entidades empresariais elencaram como importantes e urgentes na Agenda para o desenvolvimento do Maranhão 2015-2018”, comentou.

Flávio Dino destacou alguns pontos como prioritários que serão encaminhados logo no início do Governo. O primeiro será a conclusão do Zoneamento Econômico Ecológico do Estado, que foi reforçado na abordagem do presidente da Faema, José Hílton Coelho de Sousa. “Defendemos a redução da área de reserva legal para 50% para que não haja uma crise na produção rural, com graves consequências, relacionadas ao aumento do desemprego e queda de renda”, disse.

Outra prioridade é a dinamização do Porto do Itaqui, que precisa ser reestruturado para melhor aproveitamento de suas potencialidades. “O empresariado do Maranhão deve participar da dinâmica do Porto. Criaremos câmaras setoriais com as principais empresas dos segmentos para estreitar a relação público-privada”, garantiu Dino. Seguindo a lista de prioridades de governo estão as estradas estaduais, que terão manutenção permanente, e a segurança pública, que passará por ações reestruturantes para apresentar resultados.

Em seu questionamento, a presidente da Associação Comercial do Maranhão, Luzia Rezende, abordou a temática: compras governamentais, também reforçada pelo vice-presidente da Fecomércio, Marcelino Ramos Araújo. A resposta às perguntas contou com a participação do Secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Maranhão, Simplício Araújo, que destacou a extinção do Código de Licitação do Estado. O presidente eleito da CDL São Luís, Fábio Ribeiro, questionou a falta de atualização das alíquotas praticadas no Simples Nacional. O governador Flávio Dino disse que durante seu mandato irá rever a tabela do imposto.

O presidente da Fiema, Edilson Baldez, chamou atenção para a importância do investimento no turismo. Segundo Flávio Dino, a prioridade na área será a criação de um calendário de eventos para estimular o turismo em São Luís e a definição de roteiros turísticos permanentes nas diversas regiões maranhenses.

“Não posso deixar de citar a Rota das Emoções, que pode ser uma estratégia para trazer o turista a São Luís. Planejaremos, também, o desenvolvimento de um eixo de turismo regional envolvendo São Luís, Imperatriz e Carolina”, finalizou.

Micro e pequenas empresas

Especificamente sobre as micro e pequenas empresas, ele propôs um Programa de Compras Governamentais para licitações exclusivas para esse segmento. E também a formação de mão de obra especializada, com a expansão, por exemplo, das escolas técnicas.

Flávio também abordou a questão da violência, um dos grandes entraves ao desenvolvimento econômico. Ele reafirmou o compromisso de dobrar o número de policiais e implantar um sistema de premiação em relação ao cumprimento de metas. “Assim faremos o casamento entre quantidade e qualidade”, afirmou.

Mais produção e cumprimento da lei

Flávio disse que a safra de quatro milhões de toneladas do Maranhão equivale a apenas 2% da nacional. “É preciso aumentar a produção. Em segundo lugar, é preciso aumentar a qualidade da produção. Precisamos usar incentivo fiscal para isso.”

Ele acrescentou que “quem usufrui hoje dos benefícios fiscais vai continuar usufruindo. Sou amigo da lei, não tenho problemas com a lei. Os compromissos vão ser honrados”.

O candidato ressaltou que é preciso fazer uma nova Campanha da Produção. Ele citou como exemplo a produção de arroz, que caiu à metade nos últimos anos.

Flávio ainda destacou o papel da assistência técnica. “Vamos reerguer o sistema de assistência técnica a quem produz.”

Ambiente honesto e competitivo

Flávio também foi questionado sobre o estudo da revista britânica The Economist segundo o qual o Maranhão é o penúltimo Estado brasileiro no ranking da competitividade e dos negócios. O Maranhão caiu quatro posições entre 2011 e 2013. Flávio lembrou que o Estado tirou nota zero em vários indicadores. Parte da culpa, ressaltou, é da imprevisibilidade: “Porque as regras do jogo hoje dependem da afinidade de quem está no poder. Precisamos implantar o capitalismo no Maranhão. Que não seja um regime de favores, e sim de competição”.

Em sua mensagem de encerramento, Flávio pediu que os eleitores e empresários comparem as biografias dos candidatos. “Temos propostas. Queremos um Maranhão que desperte confiança, amor verdadeiro e crença de que é possível investir, auferir lucros, reinvestir e gerar mais empregos.”

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