quarta-feira, 25 de novembro de 2015

COM A PALAVRA: Felipe Camarão - Secretário de Cultura do Maranhão


Secretário de Cultura do Maranhão concede entrevista ao Jornal Cazumbá. Confira:

JORNAL CAZUMBÁ – Secretário o senhor assumiu há poucos meses a Secretaria de Cultura. Como você encontrou o órgão?
FELIPE CAMARÃO – Está se moldando ao meu jeito de gerir. Quando fui convidado pelo Governador Flávio Dino tenho a certeza que recebi o convite pela forma como ajo na gestão pública. Posso dizer que nesses meses que estou à frente da secretaria, que tudo está caminhando para ficar da forma que eu entendo que o público deve ser gerido. 

JORNAL CAZUMBÁ – O senhor já assumiu, também, a Fundação da Memória Republicana Brasileira/Convento das Mercês. O que significa assumir essa instituição?
FELIPE CAMARÃO – Um grande desafio. É uma Fundação pública, que é ligada a Secretaria da Cultura, que guarda um momento histórico e importante sobre o Maranhão e o Brasil. Um dos papeis fundamentais da Fundação, que é o que eu vou tentar implementar na minha gestão, é fazer essa interação com a sociedade, ou seja, fazer com que o papel social da Fundação seja exaltado e visto pela sociedade, que não seja vista somente como um local que aguarda um acervo. E é isso que vou priorizar, esse lado social da entidade.

JORNAL CAZUMBÁ – E qual é esse lado social?
FELIPE CAMARÃO – Os projetos sociais, principalmente com as crianças da área do centro da cidade de São Luís, que faz com que elas saiam da marginalidade, das drogas, que tenham uma ocupação e tenham ao final da sua juventude uma formação
boa. Um exemplo que já vem sendo desenvolvido há muito tempo, que é a Banda do Bom Menino. Temos pessoas oriundas desse projeto que hoje tocam na banda da Polícia Militar, da Guarda Municipal e até na do Exército. É isso que queremos, fazer com que as crianças tenham essa oportunidade, por meio da Fundação.

JORNAL CAZUMBÁ – Está acontecendo a segunda versão do projeto Mais Cultura e Turismo. Como está se dando esse trabalho?
FELIPE CAMARÃO – Essa é uma iniciativa do Governo do Estado, uma forma de democratizar e descentralizar a cultura. Mas não é somente pegar um artista e levar para fazer um show no interior do Estado, vai muito além. Entra a parte turística, obviamente com a vinda de turistas conseguimos gerar emprego e renda. Tem a parte cultural, uma vez que o projeto é uma forma de fazer um intercâmbio cultural com o interior do Estado, onde levamos atrações culturais da capital para o interior e vice versa, deixando um legado. Esse não é um projeto apenas de shows, levamos todos os equipamentos culturais da Secretaria de Cultura, como biblioteca, teatro, escola no teatro, casas de cultura como Josué Montello. Vai, também, a parte da literatura, artes cênicas, dança, escola de música para que as crianças possam se envolver e se interessar pela arte e cultura. Nessa etapa, estamos levando um pouco de cidadania, também, para os municípios que visitamos, o Viva Cidadão, em Mirinzal, por exemplo, passou dez dias na cidade e realizou mais de mil atendimentos.

JORNAL CAZUMBÁ – A cultura do Maranhão é só Bumba Meu Boi e Carnaval ou vocês pretendem trabalhar outras interfaces?
FELIPE CAMARÃO – Queremos tirar esse estigma da cultura de que é só Carnaval e São João. Claro que isso nunca vai ser deixado de lado. Então, o Mais Cultura e Turismo vem pra isso, para que possamos ter um calendário permanente de programação cultural do Estado. Que possamos privilegiar, também, todas as linguagens culturais, o teatro, a dança, o circo, a literatura. Queremos fomentar os nossos museus, pontos de cultura para que possamos, de maneira bem abrangente, fazer com que a cultura maranhense possa evoluir.

JORNAL CAZUMBÁ – Como é trabalhar a interiorização da cultura? haverá outra forma que não seja o Mais Cultura e Turismo? 
FELIPE CAMARÃO – Temos outras formas sim. Estamos apoiando os Pontos de Cultura no interior, por exemplo. Iniciaremos o cadastro das brincadeiras existentes no interior do Estado, as festas populares, a literatura dessas localidades. E, assim, o maranhense terá a oportunidade de conhecer todas as manifestações culturais.

JORNAL CAZUMBÁ – O senhor já está trabalhando o carnaval de 2016?
FELIPE CAMARÃO – A equipe já planeja Natal, Réveillon e Carnaval. Estamos fazendo com que nossas programações sejam concatenadas, não sejam projetos separados. O Mais Cultura e Turismo já é um link, que vai continuar em dezembro e janeiro, já é uma ligação para que façamos a programação de Natal e Réveillon e de Carnaval. Paralelo a esses projetos planejamos o Carnaval 2016.

JORNAL CAZUMBÁ – O senhor falou dos Pontos de Cultura e Museus e existem vários espalhados no nosso Estado. Então, de que forma o Governo pretende trabalhá-los?
FELIPE CAMARÃO – Queremos fazer uma rede de museus, a exemplo da nossa rede de bibliotecas, a qual a Biblioteca Benedito Leite lidera. Claro que essa rede é do ponto de vista técnico, como orientações, doação de acervo, orientando de como pode concorrer a edital do Ministério da Cultura. Da mesma forma pretendemos fazer com os museus. Vamos começar de casa, de São Luís. Uma medida que eu tomei foi determinar que todas as casas de cultura funcionem nos mesmos dias e horários. Estamos preparando um guia turístico cultural dessas nossas casas. A intenção é que até o final do ano esse guia esteja pronto. E estando tudo funcionando bem faremos com as demais casas do Maranhão.

JORNAL CAZUMBÁ – A Secretaria dialoga com a classe artística e de que maneira se dá esse diálogo?
FELIPE CAMARÃO – É uma classe mobilizada, do ponto de vista político. Estamos numa fase de democracia, o nosso governo é democrático, por isso prezamos pelo diálogo. Atendo todas as manifestações e na medida do possível, dentro da nossa possibilidade, temos tentando corrigir algumas coisas e avançar em outras. E, claro, que não tomamos nenhuma decisão de cima pra baixo. Ouço as pessoas para que juntos possamos encontrar o melhor caminho para que os projetos sejam efetivados.

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